quinta-feira, 1 de julho de 2010

Teletransporte


Desde a criação do homem, este ser magníficamente inteligente, porém fisicamente limitado, tem a necessidade de se locomover, e de se locomover rápido. Deus nos deu as pernas, mas logo percebemos o quanto éramos lentos. Depois da roda, inúmeros meios de transporte já foram inventados, aperfeiçoados, remodelados, mas nenhuma supriu uma de nossas maiores características: a pressa! Meu Deus, como o avião é lento!!! E outra, perigoso! Afinal ele voa e tudo que voa pode cair (ainda mais algo feito de toneladas de metal).

Não sei quando e como surgiu esse pensamento (talvez após inventarem o transporte público), mas todo mundo já quis se teletransportar. Seja de uma reunião chata pra casa, seja de casa pro supermercado, do supermercado pra Paris, de Paris pra mansão da Playboy, enfim, o teletransporte é uma das coisas mais desejadas (junto com a pílula da juventude) depois das viagens interplanetárias feitas pelo Capitão Kirk, Sr.Spock e Dr. McCoy da saga Star Treck.

Infelizmente, este é um assunto que se conversa mais quando se está bêbado, ou quando se é criança mesmo, pois cá pra nós, não parece ser nem um pouco provável. Pois bem, aqui que me emputeço! A porcaria do fax me pareceria algo inimaginável, merecedor de gargalhadas debochadas, se eu vivesse a dois séculos atrás. A verdade é que não só nossas capacidades físicas são limitadas, como também nossa aceitação como indivíduo que não vive sem o consentimento da sociedade em geral.

Para o meu deleite, existem alguns inúmeros cientistas trabalhando no caso do teletrasporte. Usando propriedades das telecomunicações (como a do fax) acreditando ser possível o teletransporte da matéria, tomando por base um experimento onde se conseguiu teletrasportar fótons.

Essa teoria já vem botando medo de primeira, pois para se teletrasportar algo, essa tal coisa tem que ser desmaterializada, depois ocorrendo o envio das configurações atômicas da tal coisa (que no caso poderia ser você). Mas não se preocupe, você seria reconstruído quando chegasse no seu destino (eu acho). A verdade é que poderiamos teletransportar-nos de qualuqer lugar para onde desejarmos, sem percorrer a distância física. Como isso seria possível? Bem, desde que o físico Charles Bennett e sua equipe da IBM confirmaram que o teletransporte quântico era possível, mas somente com a destruíção do objeto teletransportado. Resumindo, esse teletransporte faria uma cópia do objeto em questão e o recriaria no lugar de destino do tal, destruíndo o objeto original. Evidente que isso não seria legal para nós, seres humanos. Mas para o Fóton, não é que deu certinho?

Bem, partindo deste pensamento, para teletransportar uma pessoa, seria necessário a construção de uma máquina que pudesse ler os mais de 1 trilhão de átomos dos quais é constituído o corpo humano, criar uma cópia de todos esse átomos no local de origem, sem ter nenhunzinho fora de lugar, pois isso poderia acarretar num ser muito desforme. Os 30% do corpo humanos que não são constituídos de água, seriam dificilmente copiados, ainda mais se tratando da memória e funções neurológicas. Ou seja, podemos chegar do outro lado como um toco.

Porém, no teletransporte, a pessoa não precisaria "passar" para o outro lado totalmente, como na série Star Trek. A constituição de um indivíduo é formada por átomos facilmente encontrados por toda parte. Desta pessoa viajaria apenas a sua mente (conhecimentos, memórias e intuições), inclusive para outros planetas. Na sua reconstrução (ou materialização), o teletransporte poderia se utilizar dos átomos da localidade de destino, ou de seus estoques, para reconstruí-lo, de acordo com a gigantesca massa de dados transferidos. Portanto, apenas a sua mente é que seria realmente teletransportada. Quanto ao restante do corpo que iniciou a viagem, seria realmente desmaterializado e viraria "estoque" de massa para uso no retorno, afinal, somos feitos de átomos de estrelas, lembram!?

Bom, resumindo:teoricamente, é possível teletransportar algo? a resposta seria sim e não. Pois o que chegaria ao outro lado, seria a cópia do original, como um aparelho de fax, ficando as moléculas e os átomos originais no local de partida. Um ser vivo, fazendo esta viagem, perderia a propriedade da vida original e propriamente de sua alma, já que do outro lado o que seria reconstruído seria sua cópia, como um clone, e sabe-se la se com todas as partes intactas.

Acho que o melhor mesmo, é eu perder de vez o medo de avião.

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